Resenhas

Arco de virar réu – Antonio Cestaro

Arco de virar réu

ISBN-13: 9788584190355
ISBN-10: 858419035X
Ano: 2016 / Páginas: 152
Idioma: português
Editora: Tordesilhas


Introdução

Em Arco de virar réu, J. Bristol, é um historiador que tem como estudo, a antropologia. Em dado momento, ele percebe uma relação curiosa entre o discurso da loucura e alguns aspectos dos rituais de uma tribo indígena tupinambá. Essa relação se deve ao irmão do protagonista, Pedro, que é diagnosticado com esquizofrenia na adolescência e solta várias frases desconexas. O livro narra uma conturbada (bota conturbada nisso) trajetória mental de um historiador que tem sua vida mudada com as condições do irmão, a morte do pai e o alcoolismo da mãe.

Este é o livro de estréia no gênero romance do autor, Antonio Cestaro.

Sobre Antonio Cestaro

Antonio Cestaro nasceu em 1965, em Maringá, Paraná. É editor, fundador do selo Tordesilhas, dedicado a literatura. Em 2012 estreou como escritor com o livro de crônicas Uma porta para um quarto escuro, que ganhou o prêmio Jabuti na categoria Projeto Gráfico. Em 2013 publicou seu segundo livro de crônicas, As artimanhas do Napoleão e outras batalhas cotidianas. Arco De virar réu é seu primeiro romance.

Narrativa

A escolha da narrativa em primeira pessoa foi o primeir acerto do autor, o labirinto da mente humana pode ser melhor completado dessa forma. Conhecemos as entranhas do personagem em meio uma narrativa poética e vertiginosa. Não é um livro que te dará suspiros, pelo contrário, é um livro que te enche de melancolia. Ver o definhamento do irmão de Bristol, a tentativa dele achar padrões nos rituais indígenas com as frases do irmão… é uma leitura complicada (esquizofrenia é uma doença muito difícil de lidar) e bastante delicada ao mesmo tempo, sendo bastante fluída.

Ele também acerta com uma narrativa despretensiosa. E consegue passar confiança ao leitor, pelo menos durante a leitura, foi o que senti.

A mente humana é complexa, se perder dentro dela é o mais me preocupa. Transtornos mentais são graves, pois nem sempre podem ser diagnosticados ou curados, e sim melhorados com tratamento e medicações, mas mesmo assim, é preocupante. Tenho uma prima que foi diagnosticada com esquizofrenia e o tempo que ela morou em casa foi perturbante, eu não sabia lidar com os seus pensamentos, as suas histórias e a naturalidade como ela contava coisas que na realidade nunca tinham acontecido.

O fato do protagonista estabelecer padrões em costumes e os rituais indígenas, foi algo que me atraiu bastante durante a leitura, é algo que tenho curiosidade e me aguçou em conhecer ainda mais.

Projeto gráfico

Gostei muito do projeto gráfico do livro, capa chamativa e uma diagramação bastante cuidadosa. A leitura não foi prejudicada em momento algum, muito bem revisada.

Considerações finais

Arco de virar réu, foi uma surpresa que me agradou desde o começo. Uma leitura bem diferente do que estou acostumada a ler, mas que me promoveu bons momentos de reflexão, bem maiores do que sua quantidade de páginas.

Qual a sua reação?

Entusiasmado
0
Feliz
0
Apaixonado
0
Em dúvida
0
HAHA
0
Aymée Meira
Aymée, mas pode me chamar de Amy. Adora um bom café, filmes (já perdi a conta de quantos vi) e livros dos mais diversos gêneros, incluindo eles Stephen King, Agatha Christie, Joe Hill, Harlan Coben e Tess Gerritsen.

Você também pode gostar

Mais em:Resenhas

Os comentários estão fechados.