Resenhas

O Irmão Alemão – Chico Buarque

O Irmão Alemão

ISBN: 9788535925159
Ano: 2014 / Páginas: 240
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras

O Irmão Alemão – A narrativa se estrutura numa constante tensão entre o que de fato aconteceu, o que poderia ter sido e a mais pura imaginação. Na São Paulo dos anos 1960, o adolescente Francisco de Hollander, ou Ciccio, encontra uma carta em alemão dentro de um volume na vasta biblioteca paterna, a segunda maior da cidade. Em meio a porres, roubos recreativos de carros e jornadas nem sempre lícitas a livros empoeirados, surgem pistas que detonam uma missão de vida inteira. Ao tentar traçar o destino de seu irmão alemão, parece também estar em jogo para o narrador ganhar o respeito do pai, que, apesar dos arroubos intelectuais de Ciccio, tem mais afinidade com Domingos, ou Mimmo, seu outro filho, galanteador contumaz, leitor da Playboy e da Luluzinha, e sempre a par das novas sobre Brigitte Bardot. A despeito das tentativas de mediação da mãe, Assunta – italiana doce e enérgica, justa e com todos compreensiva -, a relação dos irmãos é quase feita só de silêncio, competição e ressentimento.
Num decurso temporal que chega à Berlim dos dias presentes, e que tem no horror da ditadura militar brasileira e nos ecos do Holocausto seus centros de força, O irmão alemão conduz o leitor por caminhos vertiginosos através dessa busca pela verdade e pelos afetos.

proibido

Introdução

Quem me conhece, sabe o quanto eu gosto de ler os livros do Chico, pois é sempre um brinde a boas histórias e personagens. Dessa vez, não foi diferente.

Em O irmão alemão, a mescla de ficção e realidade ganha tona, o pai de Chico (Sergio Buarque de Holanda), teve um filho na Alemanha da década de 30, filho com o qual seus filhos brasileiros nunca tiveram contato. Ciccio encontra uma carta no meio de um livro onde a antiga namorada do pai conta sobre a existência de seu filho. Ciccio, começa então uma busca por esse irmão.

Sobre Chico Buarque

Chico Buarque sempre se destacou como cronista nos tempos de colégio; seu primeiro livro foi publicado em 1966, trazendo os manuscritos das primeiras composições e o conto Ulisses, e ainda uma crônica de Carlos Drummond de Andrade sobre A Banda. Em 1974, escreve a novela pecuária Fazenda modelo e, em 1979, Chapeuzinho Amarelo, um livro-poema para crianças. A bordo do Rui Barbosa foi escrito em 1963 ou 1964 e publicado em 1981. Em 1991, publica o romance Estorvo (vencedor do Prêmio Jabuti de melhor romance em 1992) e, quatro anos depois, escreve o livro Benjamim. Em 2004, o romance Budapesteganha o Prêmio Jabuti de Livro do Ano. Em 2009, lança o livro Leite Derramado, que também recebe o Prêmio Jabuti de Livro do Ano. Oficialmente, a vendagem mínima de seus livros é de 500 mil exemplares no Brasil.

Narrativa

A narrativa é intimista, em primeira pessoa e temos todos pensamentos e descobertas de Ciccio. É um livro que demanda muita atenção, pois os pensamentos de Ciccio são bem fluídos e ágeis, em alguns momentos, o ritmo desacelera. Em um misto de imaginação e acontecimentos, vamos emergindo na trama. Todos os personagens são desenvolvidos em um misto de magia, Mimmo é um dos mais importantes e que mais se destacam.

Diagramação

O trabalho gráfico está impecável, em nenhum momento tive dificuldade com a leitura. A capa é simples, porém, faz analogia com o tema.

Considerações Finais

Em O Irmão Alemão, você encontrará a busca pelo irmão, trechos de relatos da ditadura militar e nazismo, muitas referências literárias e a famosa junção entre ficção e não-ficção. É um livro muito interessante, porém, ainda não chega aos pés de Budapeste, meu livro favorito do autor.

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Aymée Meira
Aymée, mas pode me chamar de Amy. Adora um bom café, filmes (já perdi a conta de quantos vi) e livros dos mais diversos gêneros, incluindo eles Stephen King, Agatha Christie, Joe Hill, Harlan Coben e Tess Gerritsen.

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1 Comentário

  1. nunca tinha lido nenhum livro de chico Buarque (vergonha)
    mas me interessei por esse e com certeza vou ler,é sempre bom ler esses livros que falam um pouco de historia.

  2. Eu acho que tenho algum problema, porque nunca gostei do Chico. Aprecio apenas algumas letras das músicas dele e só. Acho que é aquela coisa de santo, sabe? Nunca bateu. A sua resenha está boa, mas não sei se leria.
    Beijos.

  3. eu ainda não li nenhum livro do chico buarque, tenho que mudar isso. Já li vários textos, comentários e obvio as músicas dele. todo mundo que eu conheço que gosta dele, também diz que o budapeste é o melhor livro dele e acho que vou começar por ele.
    ah, parabéns pela resenha as vezes a gente fica tão ligado com os autores internacionais que esquecemos dos daqui!

  4. Você acredita que eu ainda não li nada de Chico Buarque. Não conhecia esse livro, mas conhecia Budapeste (que por sinal parece ser ótimo), achei a história bem boa, me lembrou um pouco Desaparecido Para Sempre de Coben, será? kkkk

  5. Nunca li nada do Chico Buarque. Sei lá o interesse nunca veio, mas depois de sua resenha estou olhando para as obras do autor com outros olhos. Quem sabe agora vai?! 😉

  6. Até hoje, nunca cheguei a ler nada do Chico Buarque, mas sempre leio elogios em relação aos seus livros. Gosto quando os autores fazem essa mistura de ficção com a realidade, isso nos dar uma aproximação maior com o que está sendo contado. Confesso que, às vezes, fico um pouco perdido quando os pensamentos são muito ágeis. Mas, mada que uma atenção redobrada não resolva.
    @_Dom_Dom

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