Put Some Farofa – Gregório D.

ISBN: 9788535925067
Ano: 2014 / Páginas: 208
Editora: Companhia das Letras

Dont repair the mess. The house is yours. I make question. Pardon anything. Go with god. Come back always. Publicada em Julho de 2014, a crônica que dá título a este volume, que cria uma conversa imaginária de um brasileiro com um gringo visitando o Brasil durante a copa, rapidamente se tornou um viral de internet, até ser comentada em artigo do Washington Post.
Trata-se de uma amostra da verve humorística embebida de zeitgeist, crítica ferina e muito afeto de Gregorio Duvivier, um dos autores mais promissores do Brasil na atualidade. Reunindo o melhor de sua produção ficcional, Put some farofa traz textos publicados na Folha de S.Paulo e esquetes escritos para o canal Porta dos Fundos, além de alguns inéditos.

No conjunto, o que espanta no autor é o frescor, a coragem, a visão transformadora e, sobretudo, a capacidade inesgotável de se renovar a cada semana, contando sempre com a inteligência e a sensibilidade do leitor.

Introdução

Em Put Some Farofa, é um compilado de crônicas, textos e esquetes. Neles, Duvivier aborda vários temas do cotidiano de um jeito leve e divertido. Como o próprio título diz, pode colocar farofa, porque farofa cai bem com tudo. Essa mistura gostosa dos seus textos me surprendeu.

Nem todos os textos são inéditos, alguns já haviam sido publicados na coluna semanal que o autor tem na Folha de São Paulo e alguns já foram produzidos no canal do Porta.

Sobre Gregório Duvivier

Filho da cantora Olivia Byington e do músico Edgar Duvivier. É formado em Letras na PUC-Rio desde 2008. Começou a atuar aos 9, no curso de teatro Tablado. Menino tímido e anti-social, o teatro foi a saída encontrada pelos pais para desinibir o filho. Tem 10 anos de Tablado, distribuídos entre Aracy Mourthé, Cacá Mourthé, Ricardo Kosovski e Bernardo Jablonski. E 2 anos com Ateliê de Atores de 2005. Atualmente na Casa de Cultura Laura Alvim, turma de atores, com Daniel Herz. Um ano antes de entrar na faculdade, aos 17 anos, formou o grupo que faria a peça Z.É., Zenas Emprovisadas, com seis anos em cartaz e em turnês pelo país. O ator já aventurou-se pela literatura. Bem aceito pela crítica, seu livro de poesias, A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora (7 Letras, 2008), foi elogiado por mestres como Millôr Fernandes e Ferreira Gullar. O lado lúdico, de brincar com as palavras é o que mais atrai Gregório na poesia. Ele começou a escrever aos 10 anos, mas foi na faculdade de Letras na PUC que escreveu as poesias publicadas.

Narrativa

A narrativa do livro é curta, carregada no humor (às vezes trágico) e ao mesmo tempo provocam reflexões bem interessantes diante dos temas apresentados. A obra é dividida em quatro partes: Grandes, Pequenos, Gigantescos, Cruzada elucidativa a favor da família brasileira, Put Some farofa e O Mundo, paradinho, tem a maior graça. Com textos que prõpoem de modo irônico a vida política no brasil, há textos que promovem reflexões sobre o amor e as suas decepções a cerca dele e muitos outros conteúdos presentes no cotidiano.

Diagramação

O livro tem seu charme, diagramação bem feita e uma capa bem focada no humor, confesso que sempre que olho pra ela, um sorriso se abre com facilidade, representa o tom do livro de um jeito bem minimalista.

Considerações Finais

O livro me surpreendeu muito positivamente, já havia lido algunso textos do autor e sabia que não iria me decepcionar, porém, encontrei algo muito acima do esperado, um bom livro, com bons textos e que me fez sorrir em muitos momentos. Uma leitura de fácil acesso e sem grandes pretensões. Gosto de escrita assim, acessível e sem firulas. Duvivier é um multitalento, e confesso que sua veia para escrita é muito mais potente do que em outras atividades.