Resenhas

Crônica de Uma Morte Anunciada – Gabriel García Márquez

Edição: 44
Editora: Record
ISBN: 8501019437
Ano: 2013
Páginas: 176

“No dia em que o matariam Santiago Nasar levantou-se às 5h30m da manhã”. Fatalidade, destino, o absurdo da existência humana. O que explica a tragédia que se abateu sobre o protagonista de Crônica de uma Morte Anunciada? Neste romance curto de construção perfeita, García Márquez monta um quebra-cabeça cujas peças vão se encaixando pouco a pouco, através da superposição das versões de testemunhas que estiveram próximas a Santiago Nasar no último dia de sua vida. Em que e em quem acreditar? Como descartar a parcialidade das versões e “o espelho quebrado da memória” dos envolvidos.

proibido

Introdução

O mais gostoso de se ler os livros do autor é o modo como ele constrói personagens em ambientes e situações bastante incomuns. Uma trama na qual muitos autores trabalhariam com o suspense na morte de um personagem, García Márquez faz o inverso. Todos já sabemos que Santiago vai morrer. Não se sabe como, nem se foi morto por alguém, ou por morte morrida (natural). Isso ativa uma teia de possibilidades que vão ganhando corpo ao longo da narrativa.

Narrativa

Embora não seja o meu livro favorito do autor, ele tem seu encanto. Embora aborde temas um pouco pesados, o livro tem um molde jornalistico bastante intrínseco a narrativa. Ou seja, o molde tradicional no jornalismo de revelar a premissa primeiro dos acontecimentos das causas e localidades. Existem várias versões do mesmo fato, onde vão aparecendo diversos personagens, um mais pitoresco do que o outro. O livro é uma colcha de retalhos moldada pelos personagens que agregam os fatos acontecidos no passado. É um resgate a memória dos personagens que vai sendo desenvolvido ao leitor.

Diagramação

A edição lançada nesse ano reformulou as grandes obras do autor de um modo bem mais moderno. As capas são bem chamativas, bem diagramadas e trazem ao leitor uma cara completamente nova. Foram muito bem pensadas.

Quote Favorito

“Na manhã de sua morte, com efeito, Santiago Nassar não tinha um só instante de dúvida, embora soubesse muito bem qual seria o preço da injúria que lhe imputavam. Conhecia a índole hipócrita de seu mundo, e devia saber que a natureza humilde dos gêneros não era capaz de resistir ao escárnio.” – 132

Considerações Finais

Quando se tem contato com os livros do autor, não se larga o livro facilmente. Esse é um dos livros que li com mais rapidez até porque a narrativa corre bastante. É um livro mediano no quesito dificuldade e é uma obra excelente no quesito conteúdo. Objetiva, bem pensada e bastante original. Existem personagens mais para odiar do que amar. Porém, uma experiência válida. Um livro que aborda a solidão, a nossa própria existência e a tragédia, que não tem hora e nem local para acontecer, apenas acontece.

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Aymée Meira
Aymée, mas pode me chamar de Amy. Adora um bom café, filmes (já perdi a conta de quantos vi) e livros dos mais diversos gêneros, incluindo eles Stephen King, Agatha Christie, Joe Hill, Harlan Coben e Tess Gerritsen.

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1 Comentário

  1. Adorei a resenha!! Adoro o autor, e tudo que ele escreve eu acho tocante.
    Fã é uma porcaria, rs.
    Meu preferido sempre será CEM ANOS DE SOLIDÃO. Primeiro livro que li de verdade na minha vida, aos 12 anos. E foi o responsável pelo meu vício!!
    Bjkass

  2. Esse é um ddos meus livros favoritos do autor, a primeira vez que li fiquei grudada e não consegui parar de ler antes do final, aina bem que não é um livro muito grosso, mas a narrativa tem uma intensidade incrível.

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