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Vox – Christina Dalcher

Vox

ISBN-13: 9788580418897
ISBN-10: 8580418895
Ano: 2018 / Páginas: 320
Idioma: português 
Editora: Arqueiro


Introdução

Quando a Arqueiro falou que ia publicar esse livro, fiquei bastante interessada. Fazia um bom tempo que não lia uma distopia e pelo fato da autora ser uma linguista e a protagonista uma neurolinguista, fiquei mais tentada ainda a entrar nessa narrativa.

Em Vox, Após uma eleição, um governo de extrema direita toma o poder. Como consequência, mulheres e aqueles que não seguem os fundamentos do conservador são punidos. Pessoas que são casadas com pessoas do mesmo sexo, são obrigadas a casar com pessoas do sexo oposto, ou irão para uma espécie de campo de concentração para “aprender” as palavras de Deus. Para piorar, as mulheres são obrigadas a usar um contador de palavras em seu pulso, e só podem falar 100 palavras por dia, caso ultrapassem, o pior pode acontecer. Como protagonista, uma neurolinguista chamada Dra. Jean McClellan, vive para cuidar dos filhos e da casa. Ela não pode ler livros, os computadores são inacessíveis a ela. Além disso, o casamento não vai bem, ela já não o ama mais. Ela passa o seu tempo ensinando sua filha mais nova, Sonia, o máximo possível dentro do limite diário. Afinal, ela não quer que ela se machuque. Além de Sonia, Jean tem mais 3 filhos homens. O filho mais velho dela, tá se tornando um babaca. O marido de Jean trabalha pro Governo e um belo dia, o Governo bate à sua porta solicitando ajuda, eles precisam desenvolver uma espécie de soro que pode ajudar a recuperar um dano cerebral que prejudicou a fala do irmão do presidente. Mesmo desconfiada, Jean fica sem opções e embarca nessa trama nada difícil, afinal, mulheres não têm direito a praticamente nada.

Sobre Christina Dalcher

Foto -Christina Dalcher

É linguista e professora universitária com doutorado pela Universidade de Georgetown. Seus contos figuraram em mais de 100 publicações ao redor do mundo. Ganhadora de diversos prêmios, foi finalista do Bath Flash Award e indicada ao Pushcart Prize. Ela vive em Norfolk, Virgínia, com o marido.


Narrativa

A narrativa mexe com imaginário como um todo, a mescla que o leitor faz com o que acontece e com a vida que atualmente vivemos, é possível fazer comparações, mesmo que pequenas. A autora utiliza daquele famoso método de capítulos curtos e quando a gente se dá conta, o livro acabou. O livro tem bons diálogos, fiz várias marcações e tenho certeza que farei releituras. Somos levados pra vida de Jean, conhecemos seus medos, inseguranças e suas características externas e internas. A escolha da narrativa mais intimista, foi um ponto chave. Embora seja uma distopia e tenha diversos absurdos acontecendo, os personagens tem uma profundidade muito real. Não existe bom e mal, todos tem defeitos, alguns mais e outros menos. Mas todos são “humanos”.
Não é um livro para todos, é um livro que demanda muita paciência, não é uma leitura fácil de ser digerida.

Projeto gráfico

Gostei da simplicidade da capa e da diagramação como um todo. Não precisa de muito, a narrativa fala por si só.

Considerações Finais

Vox, é um livro marcante, embora não tenha um final digno de ser lembrado (tudo ocorre muito facilmente, pra quem acompanha sua construção). Se procura um livro que aborda essa temática de forma tão detalhista e ao mesmo tempo objetiva, este é o livro. Que bom que esse livro caiu nas mãos da Frini (Editora de Aquisições na Arqueiro). O que vivemos nos dias atuais, são meras coincidências que encontramos nesta obra.

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Aymée Meira
Aymée, mas pode me chamar de Amy. Adora um bom café, filmes (já perdi a conta de quantos vi) e livros dos mais diversos gêneros, incluindo eles Stephen King, Agatha Christie, Joe Hill, Harlan Coben e Tess Gerritsen.

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