A Última Carta – David Labs
A Última Carta – David Labs
Edição: 1
Editora: Biruta
ISBN: 9788578480905
Ano: 2012
Páginas: 140
Luda, apesar de inconformada, parecia já ter seu destino traçado: casaria por conveniência aos interesses familiares, e viveria para sempre em sua cidade natal, cuja população e valores Luda desprezava. Contudo, a chegada de uma carta anônima alteraria completamente o curso de sua vida e, a partir daí, sua história passaria a conter muitas lacunas, segredos e imprecisões. O que seria real, o que seria falso? Através de notícias de jornal, diários, cartas e um tanto de imaginação o narrador de A Última Carta empreende uma busca pela verdadeira história de Luda. Entre as ruas de uma pequena cidade burguesa parada no tempo e os bulevares de Paris do final da Segunda Guerra Mundial, você acompanhará a investigação de todos os mistérios que permearam a vida de Luda – desde o recebimento da primeira carta, até a chegada da última.
Introdução
O livro é muito bem diagramado, as ilustrações feitas pela Casa Rex, engrandeceram ainda mais a narrativa. Há uma sincronia com o enredo que entretem o leitor positivamente. Luda Glauben – a caçula da família Glauben – está prometida a Lucas Gentille, porém, ela recebe cartas de um admirador secreto. Há vários motivos pelo qual Luda não quer se casar com o moço de família rica e estruturada. Mas aos poucos vemos o quanto Luda está envolvida com as cartas escritas anonimamente. Porém, o leitor fica com desejo de saber quem é que envia as tais cartas para a moça.
Narrativa
A narrativa é muito bem articulada, uso de verbetes que contribuem para um amadurecimento da escrita. Vemos uma evolução da personagem ao decorrer do livro. Há uma mescla de escolha de como conduzir a narrativa. Há a narrativa em primeira pessoa, transcrição de cartas e um narrador. O diário de Luda entre meados de 1939 a 1945, há uma reviravolta de sentimentos e acontecimentos na vida de Luda. Luda despreza os valores atribuidos a sua época, não queria casar por conveniência.
Quote Favorito
“Tanto tempo passei revoltada contra o mundo. Tanto tempo esperei sem respostas. Tanto tempo idealizei e odiei Jacques. Agora, quando vejo a morte se aproximando, penso em nós com clareza. Nosso amor valeu cada momento de sofrimento. Levo comigo a lembrança de nuvens negras sobre Saint-Eustache. Quando fecho os olhos, é daquela igreja que me lembro.
E nosso beijo é novamente abençoado pela chuva fria.
Ela será eterna.”- 134
Considerações Finais
Um livro bastante reflexivo e com uma complexidade gostosa de ser compartilhada. O livro não é sobre uma história feliz. Não há julgamento de certo e errado. Luda não é perfeita e nenhum personagem no livro é. É gostoso ler livros que tratem os personagens dessa forma, pois estão muito mais próximos da realidade do que a encenação de que todo mundo é perfeito. Achei o título bastante justo com a história. Pois a narrativa começa com a última carta.