Cartas de Amor aos Mortos – Ava Dellaira
Introdução
Prometi que iria vir resenhar o mais rápido que pudesse sobre esse livro. Alguns amigos até me cobraram bastante, pois fui rasgando elogios durante a leitura. Mas tinha um porém, tenho certa dificuldade em resenhar livros em que gosto muito. Precisei um tempo de maturação da crítica antes de realmente fazê-la.
Cartas de Amor aos Mortos de Ava Dellaira é um romance sobre Laurel, uma garota que recentemente perdeu a irmã, mudou de escola e recebe uma tarefa escolar onde é exigido que faça uma carta de amor a alguém famo que já morreu. Laurel se dedica tanto a carta que resolve fazer outras, pois a primeira se tornou muito pessoal (ela destina a Kurt, o cantor favorito de May), a segunda… quando notou, haviam dezenas de cartas a ícones como Kurt Cobain, Judy Garland, Amy Winehouse, Heath Ledger, Elizabeth Bishop e muitos outros. Laurel conta a eles sobre seus pensamentos e cotidiano além de fazer algumas perguntas e indagações sobre a morte e a vida que eles levavam. Com certeza, um dos livros mais marcantes e emocionantes que li nesse ano.
“Há mais coisas na vida do que ser um passageiro.”
Sobre Ava Dellaira
É formada pela Universidade de Chicago e mestre pela Iowa Writers’ Workshop. Ela cresceu em Albuquerque, no Novo México, onde passou incontáveis tardes de verão fazendo poções mágicas, lutando contra bruxas más e se divertindo com outras brincadeiras inventadas, que provavelmente contribuíram para que se tornasse uma contadora de histórias. Atualmente vive em Santa Monica, na Califórnia, onde trabalha na indústria cinematográfica e escreve seu segundo romance. – Site
Narrativa
Totalmente composta de cartas escritas por Laurel, embora seja sob o seu ponto de vista, temos situações de seu cotidiano que promovem personagens interessantes e secundários, como Sky (o seu primeiro amor) e os amigos que ela faz aos poucos na nova escola. Todo o processo de luto de Laurel e a perda da irmã mais velha May é muito bem detalhado, Laurel mesmo que viva, ainda vive a sombra de May, ela sente tanta saudade, tanta falta que se sente perdida diantes dos desafios que lhe são impostos. Laurel carrega uma inocência e uma maturidade fora do comum. Além de muito afiada nas palavras, são reflexões belíssimas a cerca da vida e da morte. É um livro ficção, mas aos poucos temos tamanha credibilidade do que é narrado, que nos faz acreditar que Laurel existe e respira entre nós. O livro é cheio de referências filmográficas e musicais que vão além das cartas destinadas aos famosos.
“O universo é maior do que qualquer coisa que possa caber em sua mente.”
Diagramação
A capa desse livro é uma das mais bonitas que já vi. A editora manteve a capa americana e há poucas modificações. A diagramação do livro é impecável. Há um comentário de Stephen Chbosky na capa e o livro inicia com uma carta do autor recomendando a leitura. Pode não ser mera coincidência, mas o livro As Vantagens de Ser Invisível tem muitas semelhanças com esse livro em questão. Ambos estão no primeiro ano do ensino médio e ela escreve cartas para pessoas que ela não conhece.
Considerações Finais
O livro é uma graça. Um feito e tanto para uma iniciante. Espero ver mais livros da pupila de Stephen Chbosky. O talento dela é notável e digno de prêmios e reconhecimentos mundiais. Como algo tão simples pode se tornar mágico, especial e único? Leiam, Carta de amor aos Mortos!