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Cavaleiros do Zodíaco – Netflix (2019)

Inicialmente devo informar que terão spoilers nesta análise, então se ainda não assistiu e vai prosseguir com a leitura, fica por sua conta e risco.

Lembrando que tudo que está sendo relatado aqui e com base na minha opinião pessoal, ou seja, o que está lendo aqui não é a verdade e sim a minha opinião, a sua pode ser diferente da minha.

Cavaleiros do zodíaco é disparado o meu desenho favorito, acompanho a série desde a época da saudosa rede Manchete, então qualquer coisa sobre, mexe diretamente com a minha infância.

Fica praticamente impossível para alguém como eu, fã desde os primórdios, assistir essa nova adaptação da Netflix sem fazer comparações com o desenho clássico e com o mangá, as diferenças não são poucas, mas sim muitas.

Essa trata-se de uma animação 3D feita pela Netflix e Toey Animation, atualmente com seis episódios liberados, porem sabemos que no total são doze episódios, mas a Netflix dividiu os mesmos em temporadas.

A enredo aborda o primeiro arco das historias originais, principalmente do mangá ,sendo toda a fase da guerra galáctica e dos cavaleiros negros, só achei complicado abordar esse arco em apenas seis episódios de vinte minutos, ou seja, tudo é muito corrido e atropelado, não dando espaço para os personagens terem seu devido desenvolvimento, tudo foi muito corrido e forçado, por exemplo:

Sabemos que os cavaleiros de bronze se conhecem desde e infância, treinaram juntos para depois serem enviados a alguma parte do mundo para conquistarem suas armaduras, já nesta adaptação, passam a se conhecer na guerra galáctica, as lutas são extremamente corridas, não passam aquela emoção, drama, sofrimento, não faz nos apegarmos a um personagem, a grande maioria se resume a apenas um golpe e pronto, fim da luta, sendo que na história clássica tinha todo um sentimento, todo um desenvolvimento.

Aqui os cavaleiros praticamente nasceram com poderes, o cosmos se manifesta em Seya no momento que ele vai separar uma briga de rua e isso acontece porque o destino quis assim e não por merecimento, como é na história clássica.

Não existe desenvolvimento nos treinos, esses servem apenas para dominar melhor o poder, mas o fato de ganhar isso do destino, na minha opinião foi uma atitude bem errônea do roteiro, eles são apenas os escolhidos, então por isso nada parece ter emoção.

A animação é feita para o publico infantil, então não tem violência, sangue, as armaduras não quebram, não tem aquele sofrimento dos protagonistas.

A motivação para eles lutarem juntos no final é a amizade que criaram entre si, tanto que eles dizem que são capazes de morrer juntos se necessário, pois é, um sentimento muito rápido para quem acabou de se conhecer, como eu disse antes, os laços de amizade entre eles não são desenvolvidos, eles estavam em uma espécie de torneio quando de repente foram atacados por um inimigo e isso já bastou para criar essa amizade entre eles a ponto de um morrer pelo outro, isso para mim soou uma amizade forçada.

Apresentar tantas tramas, tantos personagens, tentando aprofundar o relacionamento entre eles, tudo isso em apenas seis episódios foi um grande erro na minha opinião, além de ter muitas cenas desnecessárias como os cavaleiros lutando contra tanques e helicópteros, alguns alívios cômicos bestas e sem graça  que ao meu ver, poderiam dar lugar e tempo nos episódios para desenvolver o que realmente importava.

O efeito 3D da animação é bem fraco, o molde é bem estático, não existe animação nos cabelos, os cenários não possuem ambientação e nem fluidez em algumas coisas como roupas ou cabelo, citando o exemplo do Yoga que vai visitar a mãe no fundo do mar e nem na água o cabelo se mexe.  

A motivação do grande mestre em matar a bebê Atena e todo o ato heroico do cavaleiro de outro de sagitário Aioros em salvar a bebê é simplesmente inexistente nessa adaptação, a guerra galáctica transmitida mundialmente e por isso Seya tinha motivos para estar ali, agora é basicamente uma briga de garagem, uma rodinha de clube da luta, esses itens são só alguns de muitos exemplos de que para quem conhece o anime ou o mangá, vai se sentir bastante incomodado ou até mesmo desrespeitado.

O fato de terem alterado o sexo do Shun, para mim não fez diferença alguma, sinceramente depois de um tempo até esqueci esse detalhe.

Apesar de tudo isso, a animação não é das piores pois nos traz alguns acontecimentos do mangá que não estão no anime clássico como por exemplo o encontro de Shaka, o cavaleiro de outro de virgem com Ikki de fênix na ilha da rainha da morte, a motivação de Yoga de estar na guerra galáctica é a mesma do mangá que é diferente do anime original e algumas coisas mais.

Conclusão

Essa nova animação de cavaleiros do zodíaco é claramente feita para um público novo, tenta usar alguns detalhes da obra original, mas é feito no ocidente para um público ocidental, tanto que os nomes na dublagem em inglês mudam, a dublagem em português continuam com os nomes originais.

Se você é novo nesse mundo de cavaleiros ou não é fã da série, assista, talvez você goste, mas se é um fã desde os primórdios como eu, essa animação é para você.

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Aymée Meira
Aymée, mas pode me chamar de Amy. Adora um bom café, filmes (já perdi a conta de quantos vi) e livros dos mais diversos gêneros, incluindo eles Stephen King, Agatha Christie, Joe Hill, Harlan Coben e Tess Gerritsen.

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