Eternos | O fim da formula Marvel?
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Eternos | O fim da fórmula Marvel?

Dirigido pela ganhadora do Oscar, Chloé Zhao, Eternos, personagens criados nos quadrinhos por Jack Kirby, comandam a nova produção da Marvel que chegou aos cinemas finalmente. 

Durante a grande Saga do Infinito, a Marvel criou um padrão de como criar filmes. Que ficou tão conhecido como a “Fórmula Marvel”. Por anos, essa expressão foi usada de diversas maneiras, na maioria das vezes para celebrar o sucesso que os longas faziam. Por outras, para criticar a forma narrativa que os filmes bebiam para contar suas histórias.

Contudo, uma coisa podemos dizer, a Marvel deixou os fãs mal acostumados. Por isso é bem possível que Eternos acabem soando estranho para o seu público alvo.

Eternos: Saiba quem são os integrantes da nova equipe da Marvel

Enredo de Eternos

A sete mil anos atrás os Eternos, seres divinos criados pelos Celestiais, chegam à Terra com a missão de derrotar os Deviantes, predadores que ameaçam a raça humana. Além de ajudar a humanidade a evoluir sem se envolver em seus conflitos.

Com o passar dos anos, eles se separam e vivem escondidos entre os humanos, aguardando o chamado dos Celestiais para sua próxima missão. Porém, com o retorno dos Deviantes nos dias atuais, o grupo precisa se reunir novamente para lidar com a ameaça.

A trama segue o grupo em diversos momentos da história da humanidade, e a diretora decide brincar com a narrativa de um modo não linear para contar sua história, que prende o espectador e o faz se importar com os personagens.

Afinal, estamos falando de um grupo de dez personagens desconhecidos para a maioria dos fãs do MCU, e mesmo que alguns fãs e quadrinhos estejam familiarizados com o grupo. Muitos deles têm suas principais características, sexualidade e até mesmo poderes modificados.

Posso dizer logo que essa escolha foi um dos maiores acertos do filme, a ideia de trazer mais representatividade para as telas foi muito bem vinda. Mesmo que mude esses aspectos das páginas para as telas, a essência do material original continua dentro do filme.

Sem medo de inovar…

Apesar de ser um filme da Marvel, o que mais me agradou em Eternos é que o filme não tem medo de ser diferente da fórmula. Afinal, são mais de dez anos vendo uma forma de contar uma história, e isso não é um demérito, o sucesso é inegável.

Créditos: Observatório do Cinema

Mas será que essa fórmula seguraria os espectadores por mais tempo?

Inclusive, era uma discussão que já rondava a um bom tempo no cinema baseado em quadrinhos, a resseca finalmente chegou? Cansamos de filmes de heróis?

Posso dizer que não, o problema é ter conteúdos mais do mesmo. Enquanto você inovar, mais produções serão aceitas. Como foi o caso de Coringa lá no estúdio rival.

… com um ritmo diferente

Contudo, o longa segue um ritmo completamente diferente, usando de seu tempo para desenvolver seus personagens. De fato, é um filme bem mais lento e contemplativo.

Mas isso não o faz ser ruim, na verdade é o que é melhor no longa.

Sendo um dos filmes mais longos da Marvel, Eternos entrega uma história envolvente, emocionante e linda. 

E mesmo assim, ainda bebe muito da fórmula que conhecemos, então não pense que vai chegar nos cinemas e não vai se divertir. O humor é um dos elementos mais utilizados dentro da Marvel, e aqui também não fica devendo, principalmente com o personagem Kingo (Kumail Nanjiani).

A ação do filme é uma das melhores do estúdio, e os efeitos são de encher os olhos, todos os poderes dos personagens são utilizados de maneira espetacular em tela. E todos tem seu momentos de brilhar, transitando em combate e estratégia.

Uma história humana

O filme ganha pela dinâmica entre os personagens, mesmo que sejam basicamente anjos entre nós, Eternos é o filme mais humano da Marvel. 

Dando tempo necessário a todos os personagens para brilhar por um momento, é claro, uns mais que os outros. Porém todos os enredos são interessantes e o espectador consegue se identificar com algum.

Dito isso, Ikkaris (Richard Madden) e Sersi (Gemma Chan) carregam o protagonismo do filme, contudo, a relação deles não funciona muito. Digo isso pois ela é mais explicada no longa do que mostrada de fato. Vemos as cenas dos dois juntos, vemos os personagens dizendo sobre os sentimentos que eles nutrem um pelo outro. Mas a entrega fica devendo.

Mas enquanto o filme tenta nos empurrar esse relacionamento, outras dinâmicas brilham na tela. Como é o caso da relação do Gilgamesh (Don Lee) com a Thena (Angelina Jolie) onde vemos um amor mais fraternal entre os personagens.

O mesmo podemos dizer sobre a Makkari (Lauren Ridloff) e o Druig (Barry Keoghan), que com pouco tempo de tela conquista os fãs com uma química inegável.

Consequentemente, o personagem que me fez me relacionar mais foi o Phastos (Brian Tyree Henry), pois de todos os integrantes da equipe, ele foi o único a constituir uma família.

E é dessa narrativa que eu vejo mais o acerto da história, muitos poderiam levantar a bandeira da tão falada “lacração”. Mas sem dúvida, a primeira relação homoafetiva do MCU é muito bem trabalhada, é tão natural, tão bonita, que não tem como você não se identificar. Afinal, o que é mais humano do que o desejo de proteger sua família?

Uma história de heróis, mas religiosa

Sendo assim, o filme conversa muito sobre a importância desses personagens dentro da nossa história, dentro da nossa fé. Porque a principal mensagem do filme é essa. A que ponto chegamos por conta da nossa fé.

Seja pela fé que alguns têm nos humanos, ou pela fé que alguns têm pelos Celestiais. Vale a pena seguir o que acreditamos até o fim sem tentar entender o outro lado?

Eternos é um filme grandioso, que nos faz refletir muito sobre o nosso propósito. É um longa que tem foco no desenvolvimento de seus carismáticos personagens. 

Posso dizer que é um dos filmes mais bonitos, mais intensos e divertidos que a Marvel já fez. E um dos melhores do estúdio na minha opinião.

Mesmo que esteja sendo tão controverso para a crítica especializada, te garanto, vale a pena assistir nos cinemas. Até porque, se não for do seu agrado, vai valer pela discussão. Garanto que daqui a alguns anos ainda estaremos conversando sobre esse longa.

E o que foi aquelas cenas pós créditos em?

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Aymée Meira
Aymée, mas pode me chamar de Amy. Adora um bom café, filmes (já perdi a conta de quantos vi) e livros dos mais diversos gêneros, incluindo eles Stephen King, Agatha Christie, Joe Hill, Harlan Coben e Tess Gerritsen.

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